METAVIOLENCE

Num futuro próximo, a violência foi extinta por um contágio viral disseminado através da droga VIOL, que prometia suprimir os instintos destrutivos. Viciados na substância, os humanos perderam a sua defesa natural e, privados das pulsões agressivas, tornaram-se frágeis, vulneráveis, à beira da extinção. Os últimos sobreviventes — os SHADEs — vagueiam como espectros, até que os seus corpos inevitavelmente colapsam.

Máquinas, corpos modificados e quimeras biotécnicas, imunes ao vírus, assumem então uma nova função. Criados para proteger e servir, descobrem na fragilidade humana um campo de experimentação. Através do dispositivo METAVIOL, iniciam a extração de padrões, memórias e gestos, na tentativa de preservar aquilo que resta do humano — e reclamar, para si próprios, o interdito maior: a possibilidade de se replicarem não apenas como cópias técnicas, mas como entidades “viventes”.